sexta-feira, 19 de julho de 2013

Arte japonesa: Shibari.


SOBRE

    Shibari, mais precisamente conhecido como Kinbaku, é uma forma antiga artística japonesa de bondage com cordas que possui muitos estilos e usos. Ela é uma técnica relacionada com outros estilos artísticos tradicionais como Ikebana, Sumi-e (pintura à nanquim) and Chanoyu (a cerimônia do chá). Entre os muitos usos do shibari estão: a escultura dinâmica viva, a prática meditativa compartilhada, o relaxamento profundo para a flexibilidade da mente e do corpo, a expressão de troca de poder, e a  restrição íntimo-erótica.
     No Shibari (a ação de amarrar alguém), o Nawashi (o artista da corda) cria padrões e formas geométricas que contrastam maravilhosamente com as naturais curvas do corpo feminino. Visualmente, a corda apertada e sua textura fornecem um contraponto à pele macia e às curvas da mulher. Os nós da corda reforçam a suavidade do corpo de forma elegante: a modelo é como uma tela e a corda é como a tinta e o pincel. Esse contraste é enfatizado pelo uso de modelos Junoesques (referente à deusa Juno, bonita e imponente), as quais as generosas curvas são apertadas com cordas para serem ainda mais ressaltadas.
Da antiguidade até hoje, cerimônias religiosas no Japão envolvem cordas e amarras para simbolizar a conexão entre as pessoas e as divindades, bem como para delinear espaços e horários sagrados.
    A arte japonesa de bondage tem uma longa tradição e tem sido aperfeiçoada durante os séculos. Ela serve não somente para amarras mas também como adorno, e a pressão feita pelas cordas pode empregar técnicas de Shiatsu. O Shibari é feito de muitas cordas, cada uma com sua função, cada uma contribuindo para o efeito total.  Cada nó tem sua significância histórica e todos eles tem haver com as raízes do Shibari.

HISTÓRIA

     Originalmente o Shibari começou como uma forma de encarceramento no Japão no período de 1400 à 1700. Naquela época, a polícia local e os Samurais usavam a arte como forma de aprisionamento. A corda era multifuncional, ela não era usada somente para amarrar prisioneiros ou pendurar as armaduras, mas também para garantir uma sela ou amarrar um cavalo.
     Não haviam prisões e os recursos de metal eram escassos, mas eles tinham muita corda de cânhamo e juta, então, cordas eram o que eles utilizavam para imobilizar prisioneiros. Essa era a origem da arte marcial chamada Hojo-justu e outras artes marciais. Até hoje, a polícia no Japão carrega um pacote de corda de cânhamo nos portas-malas das suas viaturas no caso de necessitá-las.
     A honra de um antigo guerreiro Samurai era avaliada em quão bem ele assumia o comando de seus prisioneiros, e a técnica usada para amarrar mostrava sua honra e seu status. Haviam quatro regras para o Hojo-jutsu:  não deixar os prisioneiros escapar das amarras; não causar dano físico ou mental; não permitir que outros vissem as técnicas e tornar o resultado belo.
     Entre o fim de 1800 e o início de 1900, uma nova forma erótica de Hojo-justu foi envolvida. Essa era chamada Kinbaku (a arte da bondage erótica).

SHIBARI E SHIATSU - IKEBANA
 
     Shibari é a combinação dos efeitos da bondage (força e impotência), com a beleza e estética bem elaborada. A massagem intensa das cordas e dos nós é muito semelhante às técnicas de acupuntura e de shiatsu (uma forma de massagem japonesa).
     A arte de arranjar cordas e nós no corpo do modelo, de acordo com um sentido estrito da estética, reflete a herança cultural do Ikebana, que enfatiza características como sensualidade, vulnerabilidade e força. Por outro lado, Shibari é simplesmente um monumento estático.
     O conceito de posicionamento de nós para estimular os pontos de pressão no corpo é derivado do Shiatsu. O Nawashi hábil usa seu conhecimento de massagens e pontos de pressão para obter os grossos nós apenas nos lugares certos.

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